ÔNIBUS MAIS CARO

Novos preços no domingo

Anúncio do reajuste do valor do transporte público da Capital provocou protestos de estudantes

Os trabalhadores ameaçaram, os empresários argumentaram, o prefeito decretou e o usuário vai pagar a conta. A partir da zero hora deste domingo, entram em vigor os novos valores da tarifa do transporte coletivo de Florianópolis. Pelo decreto do prefeito Dário Berger, assinado ontem, a população vai desembolsar R$ 2,95 (em dinheiro) pela passagem, ou R$ 2,38 (no cartão). A tarifa social sobe para R$ 1,60.

Isso que os novos valores ficaram abaixo do que sugeriu o Conselho Municipal dos Transportes. O CMT autorizou R$ 2,45 no cartão e concedido R$ 2,38, o que representa uma diferença 3,18% menor. Para o valor em espécie, o CMT sugeriu R$ 3 e ficou R$ 2,95, ou seja, 1,78% inferior.

O usuário com direito à tarifa social que optar pelo pagamento em dinheiro vai desembolsar R$ 1,95. No cartão, cai para R$ 1,60.

Um dos motivos para o reajuste é o aumento salarial concedido aos trabalhadores, que ameaçavam entrar em greve. Mesmo sendo ainda o começo da mobilização, os usuários já sentiram os efeitos com coletivos lotados e minutos a mais nas paradas. O transtorno foi registrado na quarta-feira, quando houve reuniões para avaliar a proposta da prefeitura.

Trabalhadores aceitaram oferta de forma imediata

Neste ano, depois de sete anos consecutivos de paralisações, os trabalhadores do transporte aceitaram de imediato a proposta da prefeitura. O salário de cobradores e motoristas terá um ganho de 2% de ganho real, mais o valor do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período, que em março fechou em 5,3%. Eles também tiveram reajuste de 10% no vale-alimentação, que passou de R$ 310 para R$ 340.

O valor da tarifa é calculado a partir dos custos do sistema. Divide-se o valor das despesas pelo número de passageiros. As despesas são divididas em custos variáveis e fixos. Os variáveis abrigam despesas como combustível, lubrificantes, rodagem, peças e acessórios. Nos fixos, inclui-se salários, administração do sistema, tarifa de utilização dos terminais, depreciação dos equipamentos e impostos. Entre as justificativas apresentadas pelo prefeito para o aumento está o vale-transporte concedido para 5,6 mil alunos do Ensino Fundamental.